Diário Goianiense

Sabado, 09 de Novembro de 2024

Política

Caiado: "A população está ávida para sair da discussão de extremismos"

Governador de Goiás confirma que será candidato à Presidência e diz que a sociedade quer discussões objetivas, não radicalismos. Segundo ele, o Brasil "tem tudo agora, só não tem líder". O político ainda destaca que a União "não tem norte" para o combate à criminalidade

Redação
Por Redação
Caiado:
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato declarado à Presidência da República em 2026, diz que é cedo demais para saber qual nome conseguirá representar uma aliança de centro-direita para concorrer à cadeira no Palácio do Planalto, mas sustenta que a população brasileira cansou dos extremismos.

"A população está ávida para sair dessa discussão de extremismos e trazer para uma discussão objetiva. O Brasil, depois de Juscelino Kubitschek, nunca teve um presidente capaz de desenvolver este país. É um país que tem tudo agora, só não tem líder", enfatiza.

Ele garante que estará na disputa pela Presidência: "É uma decisão tomada pelo partido e por mim: eu serei candidato em 2026". E afirma que vai rodar o Brasil para tentar se viabilizar.

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Caiado estará nesta quinta-feira, no Planalto, para uma reunião de governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual discutirão um novo plano para a segurança pública. O gestor goiano se mostra cético sobre a proposta que o chefe do Executivo apresentará.

Na avaliação dele, é uma tentativa de interferência do governo federal nas forças de segurança estaduais. "Nunca fizeram nada para combater a criminalidade no país. Essa é a verdade. Nós estamos no segundo ano de governo, e não aconteceu nada. Você não viu nada, não tem projeto, não tem norte, não tem comando, nada. Está ao deus-dará. Ninguém quer assumir", critica.

Para Caiado, os termos da chamada PEC da Segurança não foram devidamente apresentados ainda. O governador também critica os repasses da União para a segurança pública dos estados, considerados insuficientes. "Já investi R$ 17 bilhões em segurança, eles mandaram R$ 900 milhões. Você vê que não apoiam nada."

O governador conversou com o Correio, nesta quarta-feira, em Brasília, logo após receber o Prêmio Professor Paulo Nathanael Pereira de Souza, entregue pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), já que Goiás alcançou o primeiro lugar entre os estados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com nota 4,8 no ensino médio público.

Segundo o gestor, investimento no ensino fundamental, regido pelos municípios, e incentivos para manter os alunos na escola foram fundamentais para o resultado. Leia a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva:

O senhor é citado como um dos nomes mais fortes para disputar a Presidência em 2026. Sua participação está garantida?

É uma questão tomada não só por mim, mas também pelo União Brasil. Realmente eu me colocarei como candidato em 2026. Eu me sinto credenciado pela história da minha vida e os cargos que já assumi. A população está ávida para sair dessa discussão de extremismos e trazer para uma discussão objetiva. O Brasil, depois de Juscelino Kubitschek, nunca teve um presidente capaz de desenvolver este país. É um país que tem tudo agora, só não tem líder.

Que dificuldade os candidatos de centro-direita terão para reunir os apoios políticos em um único nome?

Neste momento, eu diria que temos, talvez, a melhor safra de governadores do país da centro-direita. Tarcísio (de Freitas), (Romeu) Zema, Ratinho, Eduardo Leite, todos temos partidos e chances de concorrer. A pergunta é como construir isso? Não vamos nos estressar com isso agora. As alianças só serão realmente construídas em julho de 2026, e, depois disso, no segundo turno. E se o Bolsonaro estiver elegível, ele também tem partido. Beleza, não é um fator limitante para nós.

Qual o seu plano então neste momento?

O que estou fazendo: visitando os estados do Brasil. E intensificar isso no próximo ano. Palestras, visitas, debates sobre os temas de cada região. Conheço o Brasil de ponta a ponta, então vou voltar a fazer essa caminhada. É uma decisão tomada pelo partido e por mim: eu serei candidato em 2026.

O tema, nesta quinta-feira, no Planalto é segurança, com reunião entre governadores e o presidente Lula. O crime organizado preocupa os estados?

O Goiás é uma ilha de segurança pública no Brasil. No entanto, em outros estados, a área do estado do crime é maior do que o estado de direito. Isso é extremamente preocupante, porque o avanço está sendo em proporções, eu diria, geométricas. Não apenas se ocupa das regiões territoriais, mas também se envolve nas atividades econômicas e nos poderes constituídos. Você vê a abrangência que eles estão tomando e o nível de proteção que estão tendo hoje, e isso nos preocupa, porque amanhã teremos narcoestado. Não é nenhuma ficção.

FONTE/CRÉDITOS: Correio Braziliense
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