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Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2025
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Entenda por que prefeitos costumam se reeleger ou garantir a eleição de um sucessor

Prefeitos bem avaliados pelos eleitores costumam ser reeleitos ou fazer seus sucessores. Máquina administrativa e legado explicam a tendência

Márcio Queiroz
Por Márcio Queiroz
Entenda por que prefeitos costumam se reeleger ou garantir a eleição de um sucessor
Carlinhos do Mangão (PL) / Diego Sorgatto (União Brasil)
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É um truísmo da política: prefeitos bem avaliados pelos eleitores costumam ser reeleitos ou, então, a fazer o seu sucessor. Veja-se o caso do prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, do União Brasil, que conta com aprovação de mais de 90%. Seu candidato a prefeito, o médico Wellington Carrijo, do MDB, é o favorito. O prefeito de Catalão, Adib Elias, também tende a fazer o sucessor, o ex-prefeito Velomar Rios, do MDB. Porque é visto como um gestor qualitativo.

Autor do best-seller “A Cabeça do Eleitor — Estratégia de Campanha, Pesquisa e Vitória Eleitoral”, o cientista político Alberto Carlos Almeida constatou, com pesquisas, que os políticos bem avaliados como gestor pelos eleitores dificilmente perdem eleições e, em geral, fazem os sucessores.

Os eleitores fazem opção preferencial pelo “bom” e descartam o que consideram “ruim” ou “incógnita”. Não apreciam novidades pirotécnicas e não trocam o “certo” pelo “duvidoso”. E são pouco ideológicos — não ligando muito se o candidato é de esquerda ou de direita. A opção é pelo equilíbrio e pela competência técnica.

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O Jornal Opção consultou pesquisas, cientistas políticos, pesquisadores e alguns prefeitos que concorrem à reeleição com chances de se reelegerem e, de fato, Alberto Carlos Almeida tem razão. Veja-se o caso do prefeito de Jataí, Humberto Machado, do MDB. Prefeito no quinto mandato, o emedebista não perde eleições há anos. O motivo é simples: apesar de considerando meio “ranzinza”, é avaliado positivamente pelos eleitores. O que se diz no município é que é um gestor eficiente.

Político de centro, avesso às ideologias de esquerda e direita, concentra-se na administração pública, cuidando das demandas imediatas da população. A infraestrutura urbana, por exemplo, é bem cuidada. Há problemas? Há. Mas os leitores do município do Sudoeste goiano, avaliando pela média, o considera eficiente e experiente. “Humberto não deixa a ‘peteca’ cair”, afirma um advogado da cidade.

Humberto Machado, que administra a cidade com cerca de 105 mil habitantes, é pré-candidato à reeleição. De acordo com ele, sua gestão tem mais de 70% de aprovação dos moradores, e por esse motivo, colocou seu nome à disposição para pleitear mais um mandato.

“Desde o nosso retorno à prefeitura de Jataí, há 3 anos e 6 meses, a cidade passou por uma grande transformação. A qualidade de vida melhorou muito, já recapeamos cerca de 80% das ruas com CBUQ, contratamos uma empresa especializada em modernização do trânsito, o que teve um efeito muito positivo. A cidade está sinalizada. Implementamos um projeto de apoio à implantação ou expansão de empresas já existentes, e hoje a economia está a todo vapor, temos déficit de mão de obra”, reiterou.

Na área da habitação, o prefeito destacou o conjunto habitacional de 700 casas em construção e a contemplação do município com mais 1.090 casas de programas do governo federal e estadual.

“Estamos investindo na construção de um grande hospital oncológico totalmente SUS e uma policlínica tipo 3. O hospital oncológico deverá custar cerca de 75 milhões de reais e a Policlínica cerca de 35 milhões de reais”, frisou. Para ele, as intervenções que melhoram a vida dos moradores são o que faz sua gestão ser bem avaliada e o habilita a concorrer novamente.

O pontapé inicial para essa corrida aconteceu no sábado passado, dia 20, em todo o país, com o início das convenções partidárias que vão até o dia 05 de agosto. Em Goiás, a largada já começou e, assim como no restante do país, os analistas políticos consideram que essas eleições serão um raio-x para 2026.

O cenário percebido nas eleições municipais é de que quem está no poder dificilmente deixará o cargo. Um dos motivos mais óbvios para a reeleição de um prefeito é a satisfação dos eleitores com a gestão atual. Se os cidadãos percebem que o prefeito está cumprindo suas promessas de campanha, gerindo bem os recursos públicos e melhorando a qualidade de vida na cidade, é provável que desejem continuar com essa liderança. Projetos bem-sucedidos de infraestrutura, segurança, educação e saúde pública podem gerar muita aprovação.

Muitos eleitores optam pela reeleição como uma forma de garantir a continuidade de projetos importantes que estão em andamento. Grandes obras de infraestrutura, programas sociais e políticas públicas geralmente levam tempo para serem implementados e surtirem efeito. A reeleição de um prefeito pode ser vista como uma maneira de evitar interrupções e garantir que esses projetos sejam concluídos.

A familiaridade com o prefeito atual pode gerar um senso de confiança entre os eleitores. Eles já conhecem o estilo de liderança, as prioridades e as políticas do prefeito, o que pode trazer um sentimento de estabilidade. Essa confiança pode ser particularmente importante em tempos de crise ou incerteza, quando os eleitores podem preferir manter uma liderança conhecida.

Prefeitos em exercício muitas vezes têm uma vantagem em campanhas eleitorais devido à sua visibilidade e acesso a recursos. Eles já possuem uma plataforma estabelecida para comunicar suas realizações e planos futuros. Além disso, prefeitos que conseguiram construir uma rede de apoio sólida durante seu mandato têm maior facilidade para mobilizar eleitores e obter o suporte necessário para a reeleição.

Diego Vaz Sorgatto (UB), conhecido pelos eleitores como Diego Sorgatto, disputa a reeleição no município de Luziânia, cidade localizada no entorno de Brasília, com cerca de 210 mil habitantes. Diego Sorgatto é natural da cidade e é formado em Gestão Pública. De acordo com pesquisas divulgadas no município, o prefeito tem cerca de 75% de aprovação da população, com grandes chances de se reeleger.

Diego Sorgatto

 

Diego Sorgatto destaca que, quando assumiu a gestão municipal em 2020, a situação do município era complicada, com contas no vermelho e caixa zerado. Além da situação fiscal desafiadora, toda a cidade necessitava de um cuidado especial, um olhar de amor juntamente com um trabalho sério.

“Fizemos um esforço, enfrentamos os problemas e conseguimos avançar em muitos compromissos de campanha. Não há como realizar tudo da noite para o dia, mas as pessoas reconhecem que é necessário seguir em frente, seguir mudando para ter uma Luziânia cada dia melhor para todos”, diz.

Diego Sorgatto cita algumas ações realizadas por ele em três anos de governo. “Melhoramos o transporte, concedendo tarifa zero. Na saúde, destacamos o programa Opera Luziânia, que zerou a fila por cirurgias no município. Na infraestrutura, transformamos a cidade em um canteiro de obras. Tudo isso para melhorar a vida dos moradores”, lembra o prefeito.

Na avaliação do professor e consultor de marketing político, Marcos Marinho, as eleições municipais têm suas peculiaridades, e uma delas é que elas tratam do cotidiano da vida das pessoas, enquanto as eleições federais abordam temas que não estão ligados diretamente ao dia a dia das pessoas.

“Os moradores das cidades querem saber se o prefeito vai tapar os buracos nas ruas, asfaltar as que ainda são de terra, oferecer creches para seus filhos, garantir vagas nas escolas, manter os postos de saúde funcionando com todos os médicos, assegurar a iluminação pública, realizar a coleta de lixo e manter a cidade limpa. Ou seja, querem saber se o político que escolheram está cuidando das pessoas e da cidade. Se esse político está atendendo a esses e outros anseios da população local, a chance de uma reeleição é gigantesca”, afirma o especialista.

A decisão de reeleger um prefeito também pode ser influenciada pela percepção dos eleitores em relação aos outros candidatos. Se os concorrentes não apresentam propostas convincentes ou não conseguem estabelecer uma conexão forte com os eleitores, o prefeito em exercício pode ser visto como a opção mais segura e confiável. A comparação entre o histórico de realizações do prefeito e as promessas dos novos candidatos pode levar os eleitores a preferirem a continuidade.

Marcos Marinho, consultor de marketing político l Foto: Arquivo pessoal
Marcos Marinho, consultor de marketing político l Foto: Arquivo pessoal

 

Neste contexto, Marcos Marinho pondera que, na hora de escolher o prefeito que vai administrar sua cidade, o eleitor não leva em consideração questões morais e ideológicas que, às vezes, estão distantes das suas preocupações cotidianas. “O debate que a maioria desses eleitores quer ver é sobre a melhoria da qualidade de vida para suas famílias, porque é nas cidades que as pessoas vivem”, diz.

Segundo ele, o eleitor quer saber quem é capaz de resolver seus problemas, ou seja, quem tem potencial de entrega. “Esse candidato tem capacidade de cumprir todas as promessas que está fazendo? Ele tem um grupo político que lhe permitirá realizar essas promessas? O eleitor quer sentir segurança no seu candidato”, pontua.

Aleomar Rezende (MDB), prefeito da cidade de Mineiros, localizada no sudoeste goiano, afirma ter cerca de 96% de aprovação no município e, por essa razão, é pré-candidato à reeleição. Aleomar diz que mudou a realidade educacional do município, posicionando-o como o segundo melhor do Brasil.

“Garantimos a segunda melhor educação do Brasil. Mineiros se mantém líder no Centro-Oeste e alcança o pódio nacional. Orgulhamo-nos das conquistas no Ideb e do suporte aos 8.500 alunos da rede municipal que recebem kits completos de material escolar e uniformes”, diz.

Carlinhos do Mangão busca a reeleição em Novo Gama l Foto: Arquivo pessoal

 

Carlos Alves dos Santos (PL), conhecido como Carlinhos do Mangão, é prefeito da cidade de Novo Gama, localizada no entorno de Brasília, com aproximadamente 120 mil habitantes. Carlinhos do Mangão ressalta que, antes de ser eleito em 2020, jamais havia disputado uma eleição.

Segundo Carlinhos do Mangão, sua gestão conta com mais de 75% de aprovação, o que o habilita a concorrer a mais um pleito. “A população novo-gamense tem uma boa avaliação da nossa administração, então me coloco à disposição da cidade para, se possível, continuar a trabalhar em prol dos moradores do município”, diz.

Para Carlinhos do Mangão, um dos fatores que contribuiu para uma boa gestão foi suas intervenções em áreas consideradas essenciais, como educação, saúde, transporte e infraestrutura. “Quando assumimos o mandato em 2021, a cidade estava destruída, em caos, com escolas e postos de saúde sucateados, um abandono total”, avalia o prefeito.

Carlinhos do Mangão destaca que os moradores têm orgulho de morar em Novo Gama. Ele menciona que, antes da vitória em 2020, trabalhou como balconista e frentista. O pré-candidato reside na cidade há 33 anos.

FONTE/CRÉDITOS: Jornal Opção
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